ESTRELASCHORAM

 

Vem como o vento
Eu me destempero
O café escorre da xícara
E queima o colo
Que espera seu gesto
Os pensamentos fervem
Atropelam a constância
E a paixão dança à volta
Com a música e nossos sons
Ninguém mais entende
O tamanho das vontades
Embriagadas e sem freio
Querer, ato reflexo
Do que o coração anuncia
O palco montado
As cenas roteirizadas
Quando começa o espetáculo?
Que vento é esse que não passa...?
Bocas gritam
Corpos imploram
Escorre o desejo
Que vento é esse que não para?
Que vento é esse?

Dia e noite se fundem
Tudo se mistura
Se confunde
Como você...
Que foi minha
Sem ter sido.

Nossa vida continua em alguma dobra do tempo, em algum lugar do universo onde o café, por mais quente que esteja, não queima o colo. Onde as paixões dançam e avançam livres dos limites... como o vento.
Meu sonho é o seu desejo e, se você sorriu agora, é porque compreendeu porque as estrelas choram.

Renato Baptista