Regressos ao EU (ou sem medo da mudança)

Apenas um degrau fazia sombra para a saída. Uma rua desconhecida. Travessia.

Talvez uma rua feita de paralelepípedos, com pedras antigas, carregadas de memórias e passos de diáspora.

Quem sabe uma rua coberta por manta fria e impenetrável, despejada no presente a despeito dos gritos da mãe terra.

Desvios em caminhos de terra batida, que de securas hibernam.  Algum rio que se esconde, mas não dorme. Uma rocha para arrebatar os sonhos. Um degrau e um precipício.

Ou

Quiçá, águas calmas aguardando um abraço de ventre.  Berços para novas sementes.
Um campo de relva macia amanhecida de orvalho cristalino e perfumado.
No peito, um arrebatamento de ressaca, um coração pedindo restauração.
Um mar bravio. Um eu gritando para saltar e outro segurando vontades.  Pernas trêmulas e pés fincados no chão. No paradoxo braços transmutam em asas.
Anjos e demônios habitando espaço de emoções, desafiando a lei da física.
Um degrau… 
Uma vida abundante. Um infinito de vontade.
Neste turbilhão, uma atitude, um rumo.
Na força da esperança e da fé.
Um salto carregado de sonhos!
Era só um degrau… para cima!

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