Quimeras de uma guerreira!

 

Guerreira, interrompeu meu caminho.  Assustada pela sua voz de comando, me fiz atenta e silenciosa.

Um tanto de sua história me era dado poder deduzir.  Observei a resistência que trazia em cada espaço.

Começando por algumas raízes que permitiam serem expostas e, nestas, enxergava a sua conivência com a mãe terra. Tinham alianças ancestrais.

Denunciava no caule de casca-grossa, as agruras humanoides.  Ela, resistente, havia se desdobrado. Desde tenra idade, multiplicou o caule porque previa a necessidade de resistir.

O desdobramento dos galhos parecia vir de uma coreografia de dança ensaiada muitas vezes. Passivamente era o seu espetáculo.

Visível a sincronia destes galhos que se elevavam em direção ao céu, comunicando segredos da terra.

Das folhas majestosas e carregadas de verde saúde, nada registro, pois tamanha generosidade não consigo descrever.

Sento-me atrevidamente aos pés da árvore guerreira, sem pedir licença. Ela está aí por pura grandeza de ser. Sinto então o frescor da sua sombra. Lamento que não tenha palavras para dizer mais do que Gratidão por estar aqui, querida guerreira.

Permita-me: voltarei para te visitar!

06/2023

Por Maria Luiza Kuhn

Imagens de arquivo próprio; Árvore em uma rua de Araçatuba - SP