Ela não está quem ainda será. Está quem ela pode ser. São camadas e camadas de uma personalidade repleta de impressões, mas o que está, sabe que o caminho é ser.

O rio sempre desemboca no mar. Não importa quantas pedras, obstáculos e não importa quanto tempo ele vai levar. Ele sabe que será porque na essência já é.

Entretanto, quem ela foi tem orgulho de quem é. Cada camada de consciência que ela conseguiu absorver, sentir, aprender é uma fase até a totalidade. Na prática. Sem teoria.

As partes que faltam para a completude são como as perguntas que ela ainda  não ousou fazer.

Quem está sabe que é passagem. Uma peregrina de viagem, juntando pedaços de um ser formado por ela.

E cada pedacinho tem uma lição e uma pista até que ela complete todo o complexo mapa que é SER ela mesma?! Sim, com letra maiuscula. Uma exclamação depois de um ponto de interrogação. Imensa! 

Ou talvez, refletindo, quem sabe tão simples quanto todas as respostas daquelas perguntas que não ousou fazer.


Quem sabe? Quem poderia saber? O que pode libertar a fera? Reverenciar a Deusa? Permitir o abrir da flor? Quem Eu sou? Quem é ela? Um reflexo sobre a água da chama da vela que incrédula chora e reza. Transforma e continua desnuda do que ela já achou que fosse. Camadas e mais camadas. 

Ela sempre olha para os céus em busca de respostas, mas quem responde é o fogo e a lembra quem ela é,  sempre foi e sempre será: o amor pelos séculos dos séculos, sem um começo e sem final.

E  nesse amor ela encontra refúgio. O seu lugar seguro no mundo é o seu coração. 

Fabi Freire 05.08.23Fogo