Desperta

Quando eu me reconheci eterna algo dentro de mim sucumbiu e depois expandiu em muito mais de mil expressões de mim mesma.

A conjunção perfeita entre o caos e a paz. Minhas crenças precisavam cair. Elas caíram e continuam caindo.

Eu achei que iria ser preenchida por todas as respostas. Eu achei, mas me encontrei num imenso vazio.

É que o todo reside primeiramente no vazio, na dissolução absoluta do que se tem como verdade.

Me dei conta que essa tal verdade que muitos buscam tem um nome mais adequado na Terra. Aqui chamam verdade de ponto de vista, mas até onde a sua visão alcança?

Eu sei pouco. Só até onde a vista alcança, mas eu sinto e sinto muito.

E sigo buscando parte da verdade ou somente  partes sem apontar uma saída do labirinto chamado vida onde só se prossegue vivendo.

Me encheram de perguntas, sem respostas e eu aprendi  que as respostas vem através  do sentir.

Se eu me esvazio do que acredito eu consigo sentir.
E olha, eu nem preciso mais das respostas. Não as desejo mais. Preciso somente prosseguir.

É que eu  percebi que sentir é absoluto. A assinatura energética é inquestionável. Preciso sentir e seguir sentindo.

E para sentir, como citei acima,  é preciso se desprender das certezas.

Isso exige um desprendimento imenso da persona e uma liberdade do ser que é preciso preparo.

Não é tão simples ser livre de si mesmo. Ser livre daquilo que você acreditava ser você. Ser livre é sentir. Sem julgamentos. E isso definitivamente não é simples.

Incorporar asas em um ser que era acostumado a rastejar pode ser bastante desafiador. Mas isso já é papo pra outro dia. Fabi Freire