Eu já me enxerguei muito pequena. Eu já me julguei inferior. Eu considerei que eu não era merecedora de amor. Como se eu estivesse fadada ao vazio, com o nada em meu calcanhar. Esse era o meu estar.

Eu sei que para uns essa constatação pode parecer esquisita, mas por um longo tempo eu achei que minha experiência como humana, trazia um certo peso, uma culpa, um desengano...

O céu não era tão azul e nem os beija-flores que voavam em minha janela eram tão graciosos. O prazer de poder sentir o perfume de uma flor e a completude do amor, principalmente por mim mesma, é mais recente também.

É que eu estava anestesiada por conceitos, impressões, pela superficialidade e total ausência da busca pela minha verdade. Então eu me considerava inadequada para esse planeta que hoje sei, cabem muitas formas de ser!

Pois bem, você pode estar se perguntando, isso é um desabafo? Como ela se sente agora? Onde ela quer chegar?

Sim! Essa história teve uma virada. Esse ego que considerava não merecer amor relembrou que tem uma alma eterna, brilhante, de um reino muito, muito distante onde os cristais não quebram e que essa alma também  é a própria personificação do amor que transborda. Meu mistério com a Criação. Eu sou amada. 

Ninguém é pequeno ou inferior, todo mundo merece amor, e se a dor se transforma em aprendizado ela se torna contentamento e aceitação. Todos nós somos feitos do pó: do barro e das estrelas. 

Entretanto, não se engane, continuo inadequada. É que aqui dentro cabe todo amor do universo, não consigo me adequar a  um planeta onde exista o impossível. Eu transbordo para além dos limites da Terra. Sou livre e sei que posso voar. 

Ah! A boa notícia é que você também. De repente ainda não descobriu tal verdade. Chegará a sua hora. Fabi Freire

 

Eterna