História sem fim, a luta contra o vazio, os gigantes são assustadores, ocos e não são poucos;
Não existe sentimento, quanto lamento! Minha intuição é meu guia, mas o labirinto confunde, deixa-me tonta, não sou fraca, venho para sarar, sou rara, eu sou e não encontro a saída para o estar;
Nem mais um desejo! Por hora sei que o caminho mais fácil faz eu esquecer minha missão, isso já diz algo mas não completamente ao meu ferido coração;
Como posso ser única e ter uma das chave para a redenção? São tantas as portas e qual é a correta, em que direção? Não sei o que pensar. São sete camadas, como desprender-me de cada uma delas pra enxergar? Eu preciso encontrar!
Falo uma língua que desconheço e reconheço a força da insurreição. Desde pequena ouço uma voz e ela diz que sou uma pessoa muito bonita, mas eu não entendo ela não.
O que isso quer dizer? Meu Deus de amor, eu quero entender! Um pássaro está sempre a me seguir, ele é meu amigo e desde nova me faz sorrir;
História sem fim, fica o vazio, os gigantes são ocos e assustadores. Quero sarar o mundo mas não consigo proteger a mim mesma;
Não faz sentido, me vejo andando sem nenhuma direção. Como eu acredito em meus prisioneiros se eu sei que eles mentem a qualquer reação?
Eu continuo a acreditar neles e o vazio tenta fazer parte de mim, essa é minha história sem fim;
Eles seguem minha sombra, querem meu coração, o vazio está em meu calcanhar, quero salvar minha pele por mais um dia e estou determinada a tentar;
Preciso andar na direção do sol, estou sozinha em minha história sem fim, os gigantes são ocos, são loucos e fazem pedidos que me afastam de mim;
O livro está em branco, não lembro dos meus pais, preciso saber minha missão e ter paz.
Não posso desejar as coisas, eu preciso lembrar delas, minhas mazelas, minha direção, meu olhos indicam alguma coisa, eu não me encaixo nesse mundo não;
Muitos me amam ao olhar em meus olhos e outros me perseguem pelo mesmo motivo. O que isso pode indicar? O que eu tenho em meu olhar?
Somos todos partes de uma história sem fim, mesmo se eu morrer não tenho pena de mim, não receio o fim. O meu medo é não concluir minha missão e eu quero a minha redenção;
Minhas recordações, minha mãe e o meu pai esperam isso de mim. Isso me move. O que isso quer dizer enfim?
Sou uma princesa, pertenço a realeza, mas salvaria o que resta do amor mesmo que abdicasse de tal grandeza. Qual é a minha missão? Quero que o amor viva, então adeus redenção;
O amor pode vencer o vazio que não pode penetrar minha cabeça, preciso das lembranças e quero ter a esperança, então eu ergo a cabeça. Sou uma pessoa muito bonita e não consigo enxergar essa beleza;
História sem fim, somos todos um, a cada pedido que faço, a cada energia que entrego perco uma parte de mim e eu sei que não posso perder senão todos irão perecer, mas não sei fazer diferente. Não quero ser prepotente, mesmo que eu tente, o amor que habita em mim faz eu ter compaixão mesmo pelos gigantes ocos e sem coração;
Meu lamento, meu sofrimento, quanto sentimento, sem fim. Árvore frutífera, são sete camadas de mim. Não adianta eu me desculpar, falta somente um pedido, não ouço as súplicas, a melodia findou, não esqueça de mim;
Eu devo tentar salvar minha pele por mais um dia, guardar minha energia para sarar o mundo, que peso, um vazio profundo;
Nem mais um pedido, ouço uma voz a dizer. Eu farei um último, mesmo que isso signifique morrer. Desejo que os gigantes ocos sejam preenchidos e tenham um coração, se sobrar um pouco de amor quem sabe eu tenha redenção?
A coragem é o único caminho, então esqueço o vazio, ele só pode ser preenchido com amor, mas aqui nesse lugar ele acabou, esse é a minha história sem fim, o meu fim;
Quero voltar pra o meu lar para dizer ao meu pai que eu o amo e pedir perdão, eu não pertenço a esse lugar não. Eu mergulho no vazio e deixo-me esquecer, essa a minha história que eu guardei por temer, fim. Fabi Freire