Sinto a Natureza, o Mundo
Mergulho no vasto dos Oceanos
Deixo que as ondas me levem, sou uma onda
Sou um maremoto
E quando naufrago e me entranho
Pelas vielas de uma grande cidade
Olho o Céu, o grande azul obstruído
Tão profundo como o Oceano
Não, mais profundo ainda, mais azul
Tirem-me os prédios da frente
Quero os tetos demolidos
Deixem-me ver a imensidão dos Céus
E mostrem-me essas naus de nuvens
Que navegam e me trazem a chuva
Sinto a chuva na cara
Sinto o poderio dos ventos
E quando me fartar do Céu, nunca
Que se sigam as paredes
Quero ver o horizonte de prados e árvores
Onde a Natureza vive em fúria
Sou abraçado pelo vento, abraço uma árvore
Sou abraçado pelas ondas, abraço as alvoradas
Nunca me retirarão isto
O amor pelas coisas todas