regressar do tempo

Voou alguns quilômetros e mal sabia sobre o regressar do tempo,
E com aquela morna noite de primavera retomou o próprio senso.
No ímpeto de sua vontade foi-se de encontro a sua realidade,
Banhou-se calmamente como se um já tivesse tamanha vaidade.

Colocou seus sonhos no fundo bolso esquerdo do casaco,
E os desesperos dos dias que seguiam amarrados em saco.
Buscou seixos de esperança no cimentado de mais uma escura noite,
Não esqueceu a caderneta de poesias, companheira de seu açoite.

A insegurança de seus erros fez de seu coração uma maquina,
Que por seu corpo desencadeava louca, porções de adrenalina.
Aguardou pressuroso em seu carro por segundos como meses,
Perfumou-se novamente como se fossem primas outras vezes.

Arrepiou-se em vontades por seus semblantes,
Rasgou a madrugada em seus olhos brilhantes.
Amou a expectativa de os novos e fulgurantes dias,
E sentiu as brisas doces e certeiras que o futuro fazias...