Nova Insistência literal

 

Nesta minha insistência de escrever,
Nestes meus lapsos de um eterno ser.
Rasgo os papeis de um tempo atroz,
Vejo em teus olhos minha mais nova voz.

Minha falta de vontade de todo esse nada,
Que passou anos em minha madrugada.
Hoje se faz marcada, como página virada,
De um livro podre que não se pode mais ler.

Começo em ti um modelo novo de escrever,
Salvando as delicias desse nosso apenas ter.
Escrevo um novo e colorido “scrap-book”,
Sem medos de gerar na página o novo “look”.

Resgato o início de minhas felicidades,
Acredito nas letras regradas de nossas vontades.
Caso contigo por todas as douradas manhãs,
Desde que nossos corpos transbordaram em luz.

Peço ao Arquiteto que de tudo conduz,
Essa força eterealizada que em nós reluz.
Que o tempo se faça e os céus atassalhem-se,
Nesta minha insistência de escrever.

Que as letras que hoje se fazem em rabiscos,
Soem nobres ecoantes borbulhares líricos.
Cheguem como o biosonar de Aerodramus,
E assim te conduza de sua viagem ao centro de mim.

Insisto nessa pena hitech onde de tudo tenho medo,
Gritando amores e dizeres desde a ponta do dedo.
Falácias de tudo que poderia ser bonito e certo,
Furtando toda a vontade de um ser...

Nesta minha insistência de escrever.