Noutro Véu!

Nas asas do crepúsculo, uma jornada se despede,
Silente como o sussurro do vento entre as folhas,
A dama serena, em véus de mistério, recolhe o dia
E semeia estrelas no vasto campo do céu, promessa de alvorada.

Ela parte, não como quem se perde na imensidão,
Mas como o rio que, ao mar, confia sua essência,
Transformando-se em onda, em espuma, em profunda calmaria,
Em um ciclo eterno que nem mesmo o tempo ousa definir.

Na tapeçaria do universo, cada fio entrelaçado
Conta a história de um ciclo, uma estação, um motivo.
E a despedida, essa dança melancólica da existência,
É apenas uma pausa entre as notas de uma sinfonia imortal.

A saudade, esse fruto maduro e pesaroso,
Faz morada em nossos corações, mas escuta –
Ecoa uma canção de liberdade sob a lua cheia,
Um hino de gratidão à vida, à memória, ao amor que permanece.

Neste dia, onde as lembranças afloram como flores em jardim esquecido,
Celebra-se não o fim, mas a transição para o invisível,
Onde os olhos não veem, mas o coração pressente
A presença etérea, o toque suave, a luz que nunca se apaga.

Então, enquanto o véu da noite envolve o mundo,
E o silêncio fala mais alto que palavras,
Ergue-se um brinde aos que caminham nas estrelas,
Aos que nos ensinaram que o amor, ah, o amor transcende a própria vida.

Porque a morte não é o apagar da chama,
Mas o libertar do brilho que, em cada um de nós,
Torna-se farol, guia, eterno e inabalável ponto de luz,
A mostrar que, mesmo na mais profunda noite, existe a esperança de um novo amanhecer.

L’(Max) 04.11.23

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