Morte e Desejo

Daqui não posso ver a morte,

São espirais estéreis de desejo.

Não posso sentir que é sorte,

Esse brilhar só em mim vejo,

Desejo este dedilhar tranquilo,

De tudo que sonhei rimar.

Num ventríloquo nobre estímulo,

Vejo seu deleite se dizimar.

Arquétipo do meu pesadelo,

Me pego em desvaria.

Volto-me a Fernando Pessoa,
E o que ele realmente faria...

Pessoa sem piedade bradaria!
"Todas as cartas de amor são

Ridículas.

Não seriam cartas de amor se não fossem

Ridículas."

Então a mim sois a morte e o desejo.

Somente o Desejo,

Quiçá apenas a Morte.

Mas que Morte?

...A morte de mais uma carta de amor Ridícula!

Te amo.

L'(Max)