Divagando

Despiu-se da dor de outro dia indigesto,

largado na poltrona da sala suja.

Pegou-se no sentido daquela criança sobre o muro entoando canções iletradas, sonetos cantados, prazeres inatos!

Sentiu cheiro de uma chuva morna de verão, provou o rolar daquela gota perene em sua face.

Relembrou da solidão de não estar só e do tumulto do cantar solo, vagando na felicidade de poder sorrir, se lembrou do amor inato de suas paixões.

Rasgou-se como um dia único em toda a eternidade.

Como lá, sentiu que podia voar e voou.

Sumiu além do limite cinza, afagou-se em nuvens brancas, buscou em suas lembranças aquele estranho arco-íris espiral...

Correu entre elas, pulou no desconhecido e voou ainda mais.

Sentiu novamente o fácil rolar da gota morna em seu rosto, logo quando a noite que começará és dez, beirava o terminar com o nascer do sol.

Levantou-se no sentido de menino, prostrado fronte ao espelho se refez arrastando a lágrima escorrida de todos os seus feitos.

Passou por vislumbrar a vida por entre a janela embaçada de seus pensamentos turvos, e percebeu que os desejos em si estavam em completude diante de seus inatos prazeres de infante.
Sorriu em desdém!

""Vestiu-se como sempre abotoando o último botão da camisa e laçando a gravata durante o entre correndo e o subir no mesmo taxi em que estivera ontem.""

Nascimento

L'(Max) 02.2018