Da lava ao breu,
Do fogo ao gelo,
Da alma à carne,
Da orgia ao cancer.
Alma sofrida pelo acaso,
Corpo fechado aos temores.
Do amor muito soube,
Da vida foste professor.
Figura firme e poderosa,
Adornado de jaleco e panamá.
Mago das palavras,
Filósofo apregoado.
Caminho atravessado,
Rosto marcado.
Da bonança ao caos,
Breve sopro de amargor.
Do cume à rocha,
Da cascata ao lago.
Romântico inveterado,
Árduo amante da vida,
Astuto executor da lida.
Da dor o entorpecimento,
Suposto enlouquecimento.
Braço forte feito cimento,
Dormiu no esquecimento.
Tornou em forte vento,
Dilacerou o tormento.
De mente limpa se refez,
Como um lorde inglês.
Amou, chorou, cantou, assobiou.
Cansou se recolheu,
Voltou ao apogeu.
Da escuridão á luz,
Do descaso ao regaço!
É isso ai patrício. Valeu!
Descanse, pois já deu...
Com muito Amor! "Lucio"
De alma doída, mas muito recompensada por te-lo conhecido...
Para José Ataíde Batista "Juquinha", meu lindo avô (20/03/1920 - 12/07/2005)