Curvas de Rio

 

Relva que resvala no anoitecer,
Esmerando toda a paixão ascendente.
Noites que nos embalam em sonhos,
Antevendo um futuro descrente.
Torrente de sentimentos ganhos,
Amores de um coração quente.

Beira de rio sob o sol,
Apara restinga como anzol.
Em sua margem a beira mar,
Muito de nada vem se achegar.
Troncos vindos da tempestade,
Fincam raízes sem caridade.

Bruma que uiva sobre a serra,
Traz a saudade doce de nossa terra.
Abre o peito nesta vaga espera,
De um tempo que muito esmera.
Saudosa tormenta de sentimentos,
Multicores em vastos firmamentos.

Ela dança, ela sonha,
Sua força a mantém.
Ela escreve, ela canta,
Seu mistério convém.
Ela sofre, ela chora.
Um sorriso em desdém.

Nessa curva de rio,
Onde o tudo sempre para,
O passado cabe em farra.
No margear que coloriu,
Onde o nada sempre vara,
Com o futuro ela esbarra.

...E vasa o rio em vital composição!

L´(Max) 28.11.2006