Aquele olhar

 

Aquele olhar escondido,
Como o espreitar de bandido.
Um oceano de mistérios,
Em que o sol nos entorpece.
Nessa imensidão úmida,
Une em magicidade nossa vida!

Aquele olhar bandido,
Que arrepia em estampido.
Uma tormenta de paixão,
Onde os medos se afloram.
Dessa inquietação única,
Faz-se a luz da arremetida!

Aquele olhar banido,
Que aguou entristecido,
Secou meus desejos,
No ruir de um amargo beijo.
Inventei meu novo o jogo,
O olhar que ateia fogo!

Aquele olhar entristecido,
Gozou sorriso em gemido.
Fez-se breve e apaixonado,
Pelo mundo enlouquecido.
E essa busca incessante,
De um olhar inebriante.

Aquele olhar em um gemido,
Pôs-me o êxtase de um remido.
Atassalhou sentidos atordoados,
Em beijos quentes enluarados.
Desfigurou nossos semblantes,
Fundiu num flertar de amantes.

L’(Max) 29.08.08