PSY-Reich

Na tapeçaria infinita da Psicanálise, cada fio tece a história de uma mente brilhante, e Wilhelm Reich é um desses fios luminosos. Com um brilho próprio, ele trouxe novas cores ao panorama psicanalítico, explorando territórios inimagináveis da mente e do corpo humano.

Reich, um explorador audacioso nas profundezas da psique, foi aluno de Freud, mas não se contentou em apenas seguir os passos de seu mestre. Ele se aventurou para além das fronteiras do pensamento convencional, abraçando o conceito revolucionário da energia orgônica. Esta força, invisível mas palpável, fluía como um rio subterrâneo, unindo o físico e o emocional em um balé cósmico de vida e energia.

Em sua jornada intelectual, Reich não viu a neurose como um mero eco da mente, mas como um reflexo de bloqueios no santuário do corpo. Para ele, o ser humano era um mosaico integrado, onde a dança da mente e a sinfonia do corpo entrelaçavam-se em uma melodia contínua.

Ele nos ensinou que as emoções reprimidas, como tempestades furiosas, podem se manifestar em doenças físicas. Reich foi um pioneiro na compreensão de que para curar o espírito, é essencial também ouvir e entender o corpo. Ele estabeleceu um diálogo entre a alma e a carne, entre o visível e o invisível.

Apesar de suas ideias inovadoras, Reich enfrentou críticas e controvérsias. Sua jornada não foi apenas de descobertas, mas também de lutas contra as marés da incompreensão e do ceticismo. No entanto, sua resiliência e coragem abriram novos caminhos no entendimento humano, um legado que ressoa até hoje.


"Wilhelm Reich (Dobzau24 de março de 1897 — Lewisburg3 de novembro de 1957) foi um psiquiatrasexólogopsicanalistabiólogo e físico austríaco-americano de ascendência judaica, mais conhecido como uma das figuras mais radicais da história da psiquiatria. Ele foi o autor de vários livros, incluindo Psicologia de Massas do Fascismo e Análise do Caráter, ambos publicados em 1933. Ele é o pai da bioenergética, incluindo através de seu ex-colaborador Alexander Lowen."


 

As invenções de Wilhelm Reich

As invenções de Wilhelm Reich, tecidas nas tramas da psicanálise e da ciência, são como melodias que desafiam os limites do conhecido, tocando as fronteiras do corpo e da mente. Entre suas criações mais notáveis, destaca-se a descoberta da energia orgônica, uma força vital que ele acreditava permear toda a vida, uma espécie de éter pulsante que uniria o físico ao psíquico em uma dança etérea.

Reich desenvolveu o acumulador de energia orgônica, uma câmara destinada a concentrar e utilizar essa energia para fins terapêuticos. Imaginava-se que, ao entrar nesta câmara, o corpo absorveria a energia orgônica, promovendo a cura e o equilíbrio. Como um alquimista moderno, ele buscava transformar o sofrimento em saúde, o desequilíbrio em harmonia.

Ele também explorou a vegetoterapia, uma abordagem terapêutica que visava liberar as tensões físicas e emocionais acumuladas no corpo. Neste método, Reich enxergava o corpo como um mapa, onde cada bloqueio e cada tensão contavam histórias silenciosas de traumas e emoções reprimidas. Com mãos de poeta e olhar de cientista, ele buscava desatar esses nós, libertando a energia estagnada e permitindo que fluísse livremente.

No entanto, as invenções e teorias de Reich muitas vezes colidiam com as paredes do ceticismo e da incredulidade. Suas ideias, embora revolucionárias, enfrentaram resistência e controvérsia, levando-o a um exílio intelectual, onde suas melodias vibravam, às vezes, em um vazio incompreendido.

A caixa de orgônio

A caixa de orgônio, invenção emblemática de Wilhelm Reich, é um enigma envolto em mistério e maravilha. Esta estrutura singela, também conhecida como acumulador de energia orgônica, foi projetada para ser um concentrador da energia vital que Reich denominou "orgônio". Segundo ele, esta energia permeia tudo, e sua captação e concentração poderiam trazer benefícios terapêuticos extraordinários.

Imagine uma caixa, quase como um pequeno quarto, cujas paredes são feitas de camadas alternadas de materiais orgânicos e inorgânicos. O propósito dessas camadas era criar um efeito de sifão, atraindo a energia orgônica do ambiente e concentrando-a dentro da caixa. Sentar-se dentro dela seria como mergulhar em um lago de energia vital, um banho rejuvenescedor para corpo e alma.

Para Reich, essa caixa não era apenas um objeto científico; era uma ponte entre o visível e o invisível, um portal para uma dimensão onde a energia da vida poderia ser diretamente sentida e experimentada. Ele acreditava que, ao utilizar o acumulador, as pessoas poderiam aliviar aflições físicas e psicológicas, equilibrando suas energias internas.

No entanto, a caixa de orgônio foi recebida com ceticismo e controvérsia. Para muitos, parecia mais uma fantasia do que uma realidade científica. As críticas não demoraram a surgir, e Reich encontrou-se em um turbilhão de disputas legais e científicas.

Hoje, a caixa de orgônio permanece como um símbolo da ousadia de Reich, de sua disposição para explorar além dos limites da ciência convencional. Para os poetas da Casa da Poesia, ela representa mais do que uma invenção; é uma metáfora da busca incessante pela compreensão dos mistérios da vida, um lembrete de que, às vezes, as respostas que buscamos estão onde menos esperamos – na fronteira entre a ciência e o reino do espírito.



Dr. Wilhelm Reich demonstrando sua Caixa OrgônicaDr. Wilhelm Reich demonstrando sua Caixa Orgônica

 

A caixa deve ser construída com camadas alternadas de material orgânico e metálico.

Dessa forma ela captura e armazena energia em seu interior. O usuário então entra na caixa e permanece ali por cerca de 20 a 60 minutos, absorvendo essa energia.


 

 O Acumulador de Orgonio as Organites

O acumulador de orgônio, essa criação singular de Wilhelm Reich, é como um relicário místico, guardando em si a essência da energia vital que ele denominou orgônio. Esta caixa, construída com a sabedoria de um alquimista e a precisão de um cientista, era destinada a capturar e concentrar a energia orgônica, essa força invisível mas onipresente, acreditava Reich, que permeia todos os seres vivos e o universo ao nosso redor.

Com suas camadas alternadas de material orgânico e metálico, o acumulador de orgônio foi pensado como um reservatório dessa energia essencial. A ideia era que, ao se sentar dentro desta caixa, o indivíduo poderia absorver diretamente a energia orgônica, promovendo a cura, o rejuvenescimento e o equilíbrio psicofísico.

As organites, por outro lado, são um conceito mais abstrato, mas igualmente fascinante. Elas representam as menores unidades da energia orgônica, partículas hipotéticas que seriam a base física desta força vital. Nas teorias de Reich, as organites são as sementes da vida, os tijolos fundamentais da existência, invisíveis aos olhos, mas vitais para a manutenção da saúde e da vitalidade.

Juntas, o acumulador de orgônio e as organites formam uma dupla poética, representando a busca eterna de Reich para entender e manipular a energia da vida. São como os versos de um poema ainda não totalmente compreendido, uma ode à curiosidade inata do ser humano e à sua incansável jornada em busca de respostas para os mistérios mais profundos da existência.

Os Orgonites

Os orgonites são equipamentos quânticos que transformam energia negativa em energia positiva. São feitos com três componentes principais: resina, cristal e metal. A resina atrai a energia, os cristais transformam a energia e os metais refletem a energia transformada para o ambiente.
 
Os orgonites atuam no campo quântico da energia sutil dos pensamentos, emoções e aura. Podem ser usados para radiestesia e equilíbrio de energia.
 
O termo orgonite foi criado por Karl Welz, matemático, físico e estudioso reichiano, a partir dos estudos da energia orgone de Reich.



 Algumas Obras Literárias

As obras de Wilhelm Reich são como estrelas em um vasto universo de pensamento e descoberta. Cada uma brilha com sua própria luz, iluminando aspectos diferentes da complexa tapeçaria da psique humana. Aqui estão algumas de suas obras mais emblemáticas, cada uma um convite para mergulhar nas profundezas de seu pensamento revolucionário:

  1. "Análise do Caráter" - Uma obra fundamental, onde Reich explora a forma como as defesas de caráter se desenvolvem, influenciando tanto a psique quanto o corpo. É uma viagem ao coração da personalidade humana, revelando como as couraças de caráter moldam nossas interações e percepções.

  2. "A Função do Orgasmo" - Neste livro, Reich desvenda os mistérios da energia sexual, propondo que a capacidade de alcançar o orgasmo é essencial para a saúde psicológica e biológica. É uma obra que desafia convenções, mergulhando nas águas profundas da sexualidade humana.

  3. "Psicologia de Massas do Fascismo" - Reich analisa como as estruturas sociais e políticas podem influenciar a psicologia das massas. Esta obra é um reflexo de seu compromisso com a compreensão dos fenômenos sociais e políticos através da lente da psicanálise.

  4. "A Revolução Sexual" - Aqui, Reich explora a relação entre repressão sexual e estruturas sociais, argumentando que a libertação sexual é crucial para o bem-estar psicológico e social. Este livro é um manifesto pela liberdade e pela mudança.

  5. "Escuta, Zé Ninguém!" - Uma obra poderosa e provocativa, onde Reich se dirige diretamente ao "homem comum", desafiando-o a reconhecer e transcender as barreiras sociais e psicológicas que limitam seu potencial.

  6. "O Assassinato de Cristo" - Este livro simboliza a jornada de Reich para entender o sofrimento humano e a repressão, usando a figura de Cristo como um arquétipo do indivíduo reprimido e perseguido.

  7. "A Biopatia do Câncer" - Neste trabalho, Reich explora a relação entre a energia orgônica e a formação de doenças, como o câncer, oferecendo uma perspectiva única sobre a doença e a saúde.


Seus livros mais famosos respectivamente são: "A Função do Orgasmo", "A Biopatia do Câncer", "Análise do Caráter", "A Revolução Sexual", "Psicologia de Massas do Fascismo", "O Assassinato de Cristo", "Escuta, Zé Ninguém", "Éter, Deus e o Diabo".

Cada livro de Reich é um portal para um mundo de ideias, onde a psicanálise se encontra com a filosofia, a política e a biologia. Suas obras convidam os leitores a uma viagem de autoconhecimento e reflexão, desafiando-os a ver o mundo, e a si mesmos, sob uma luz completamente nova.

A Fazenda Orgonon

A fazenda que abraçou os sonhos e pesquisas de Wilhelm Reich nos Estados Unidos era conhecida como Orgonon. Essa terra, enraizada nas vastidões de Rangeley, Maine, não era apenas um refúgio de tranquilidade, mas um laboratório vivo onde o pulsar da energia orgônica era estudado e reverenciado. Orgonon tornou-se o coração de suas ambições, um instituto de estudo, onde Reich podia aprofundar suas teorias sobre a existência e as funcionalidades desta força vital que ele acreditava ser fundamental para a saúde e psique humanas. Era ali, nesta fazenda, que ele construiu o Observatório Orgonon, um lugar dedicado à observação e pesquisa, uma fortaleza de curiosidade contra as tempestades da dúvida e da inquisição científica. Muito mais do que um mero pedaço de terra; era um santuário de pesquisa, um refúgio para a mente criativa e um templo para suas inovações. Neste espaço, longe do burburinho do mundo acadêmico convencional, Reich deu asas à sua imaginação e ao seu espírito investigativo.

Rodeado pela beleza rústica e pelo sussurro dos pinheiros, a fazenda era um cenário onde a natureza e a ciência dançavam juntas. O Observatório Orgonon, um laboratório e biblioteca onde dedicava-se ao estudo da energia orgônica, essa força vital que ele acreditava ser a chave para compreender e tratar os desequilíbrios psicológicos e físicos.

Neste lugar de tranquilidade e introspecção, Reich experimentava com seus acumuladores de energia orgônica, estruturas que prometiam capturar e concentrar esta energia misteriosa para fins terapêuticos. Era um laboratório de sonhos e teorias, onde cada experimento era um passo em direção ao desconhecido.

Mas a fazenda era também um palco para controvérsias. Foi aqui que Reich enfrentou desafios legais e críticas científicas, um campo de batalha onde suas ideias revolucionárias colidiram com o ceticismo e a resistência do mundo exterior.

Hoje, a fazenda de Reich é um museu, o Wilhelm Reich Museum, um lugar de peregrinação para aqueles que buscam compreender sua vida e obra. Cada canto dessa terra fala das paixões, lutas e descobertas de Reich, um eco eterno de sua jornada pela ciência e pela psicanálise.

A fazenda, com sua atmosfera serena e histórica, permanece como um símbolo da busca incansável de Reich por conhecimento, um lugar onde o espírito de inovação e a paixão pela compreensão da complexidade humana continuam vivos. 

A Prisão e o Fim

O crepúsculo da jornada de Wilhelm Reich é marcado por uma melodia de tragédia e incompreensão. Em seus últimos anos, Reich encontrou-se enredado em um labirinto de conflitos com as autoridades, um embate que espelhava a eterna luta entre o novo e o estabelecido, entre a visão de um futuro diferente e a resistência do presente.

A prisão de Reich, em 1957, foi como um eclipse sombrio em uma vida dedicada à busca da verdade. Suas teorias e práticas, especialmente em torno do acumulador de orgônio, atraíram a atenção e o ceticismo das autoridades. Em uma era de rigidez e conformidade, suas ideias revolucionárias e desafiadoras do status quo tornaram-se alvos de controvérsia e desconfiança.

O confinamento de Reich foi um golpe não apenas contra o homem, mas também contra suas ideias. Seus livros e publicações foram queimados, seus trabalhos condenados ao ostracismo. Era como se, junto com ele, parte do espírito da inovação e da liberdade de pensamento também fosse encarcerada.

Reich faleceu na prisão em 1957, um poeta da ciência cuja canção foi abruptamente silenciada. Sua morte marcou o fim de uma era de exploração audaciosa do desconhecido. No entanto, mesmo nas sombras de seu fim trágico, a luz de suas ideias não foi completamente extinta.


Resumo de sua vida pessoal

Na tessitura da sua existência, Wilhelm Reich foi um tecelão de destinos, entrelaçando a ciência com os mais íntimos fios da psique humana. Formou-se em 1922 e logo começou a tratar almas inquietas na Universidade Neurológica e Psiquiátrica, onde, ao lado de Paul Schilder, bordava na tapeçaria da mente humana com linhas de hipnose e psicoterapia.

Seus passos o levaram a uma pós-graduação em 1924, e como um novelo que se desenrola, tornou-se parte da Sociedade Psicanalítica de Viena, um lar de pensamentos até 1930. O coração, esse músculo inquieto, o conduziu ao enlace com Annie Reich, também psicanalista, e dessa união nasceram Eva e Lore. Mas como rios que se bifurcam, seus caminhos se separaram em 1932.

Elsa Lindenberg, a bailarina, dançou em sua vida por um tempo, mas a guerra os separou, e foi nos Estados Unidos que Ilse Ollendorf, sua assistente, tornou-se sua companheira e mãe de seu filho Peter. A vida, no entanto, é feita de estações e Reich mais tarde desatou este nó, unindo-se a Aurora Karrer, que compartilhou com ele não apenas o amor, mas também o zelo pela ciência.

Perseguido pela sombra do nazismo, Reich desenhou no céu de Oslo, na Noruega, suas teorias sobre a energia orgônica, até que em 1939 suas asas o levaram para Nova Iorque. Lá, suas ideias ganharam voz em inglês, e "A Função do Orgasmo" vibrou em novas cordas em 1942.

Nos Estados Unidos, fundou um instituto dedicado à energia orgônica, mergulhando em pesquisas sobre a vida e a morte, sobre saúde e doença, cristalizadas em sua obra "A Biopatia do Câncer". Mas o infortúnio o encontrou, e em 1954 a Food and Drug Administration lançou sobre ele um manto de suspeitas, que culminou em julgamento e aprisionamento, um labirinto sem saída, pois Reich era o único herói que reconhecia para defender sua ciência.

Encarcerado em 12 de março de 1957, o final de sua odisséia se deu silenciosamente, com um ataque cardíaco a 3 de novembro do mesmo ano. Wilhelm Reich, o psicanalista visionário, o cientista apaixonado, o homem que dançou com as estrelas da mente e do universo, deixou um legado etéreo, tão vasto quanto o cosmos que ele tanto buscou compreender.



Lembramos o fim de Reich não apenas com tristeza, mas também com reverência. Seu legado é um testamento da coragem de perseguir a verdade, independentemente das adversidades. Suas teorias continuam a inspirar, desafiar e provocar, vivendo como chamas eternas no coração daqueles que ousam sonhar e questionar.

O fim de Reich é um lembrete melancólico da fragilidade do gênio diante do poder e da incompreensão. Mas, em cada palavra que escreveu, em cada ideia que formulou, Reich deixou um rastro de estrelas, um caminho iluminado para futuras gerações explorarem os mistérios da vida e da consciência humana.