Sinfonias de Outono...
O outono chega imperceptível. Com ele, arrepios em cada um dos seus dias...
O céu, o vento, a forma de amar...
E não é apenas nos cabelos que se percebe. É também no jeito de andar...
E é assim que chegam também os interstícios das idades...
Preconceitos, já foram desfeitos. Discursos ficaram no tempo. Flertes. Enganos. Sucessos. Amores!
Traições! Raivas! E muitos sabores...
Essas percepções nem sempre são claras para aqueles que não pertencem é classe dos reservistas de mil novecentos e cinquenta e três e afins.
Esses não vão se dar conta antes dos arrepios das sinfonias de outono...
Acho que eles não sabem que o sol vai ficar fraquinho e o quanto os ventos de outono são limitantes; e que nada é para sempre...
Não sabem sobre a necessidade de aprimorar, desde cedo, a técnica de aquecer o pensamento para impressionar a quem se ama; escrevendo-lhe uma poesia ou oferecendo-lhe todos os dias o carinho de um abraço e o amor em um beijo...
Parece que quando se tem um quarto de existência não há como perceber essa sensação e significados dos futuros outonos...
Nessa época é lindo caminhar sob as folhas secas caídas... Caminhar sem preocupar-se com essas coisas. Mas ai vem o outono e não há como se acostumar com o tempo frio que vem dos pés...
Surge uma nova necessidade de defesa, usar meias... Usar palavras inteiras para ensinar que o descompromisso com a vida pode prejudicar as alegrias do fim do verão...
E acho que a chegada do outono é para avisar também que as maldades, se não combatidas, se espalharam pelas estradas da vida...
Por isso mesmo, vem o outono para alertar sobre o interstício das estações: Primavera, Verão, Outono, ... e os arrepios do inverno.
Por fim, que não há como se livrar dos interstícios da idade...
Então, aproveite e curta as belezas dos interstícos da idade, e faça do seu outono, uma bela sinfonia...