O COMBINADO
Foi durante aquela festa, ela estava estonteantemente bonita, que João não vira mais ninguém, embora as bandeiras, o som, as barracas, os chapéus e o corre corre da criançada o envolvessem naquele terreiro de areia e poeira, semelhante ao da estrada em que ele acabara de transformar sua camisa branca, num tom amarelado. Mas ele não se dava conta. Simplesmente, diante da visão de Elenice, a mulher mais bonita do local, daquele interior, daquele povoado saudável, onde a atração era a passagem rápida de cavalos em disputa , das barracas de tiro ao alvo, da fumaça que subia da churrasqueira de forno à lenha, que exalava sobre todo o ar que se respirava, ele não via mais nada. O olhar, tão perplexo, diante de tanta beleza, o impediu de ver sua aproximação. De repente ela estava ao seu lado, caminhando em meio à mutidão de conhecidos que ali festejavam o santo padroeiro. Embebecido, João a levava de um lado para outro, de uma barraca para outra, sem apresentá-la á ninguém. Não senhor, pode alguém se interessar. As horas passaram,a noite chegou, a festa acabou, a fumaça se dissipou e a multião se recolheu. Mas estava tudo certo, amanhã a verei cedo, do lado da estação, próximo ao coreto da praça, junto ao pé de mameleiro, em frente à igreja matriz. Ela havia marcado de ir vê-lo antes de ir. O Sol nasceu e se foi, a lua apareceu, e João desanimado, com o coração dilacerado, voltou prá casa arrasado, passou pela velha ponte, com semblante atormentado. Prá ele, nada prestava, não tinha mais coração, jogou-se da ponte então, morrendo ali afogado. O povo todo dizia, João tinha se afogado, pois o seu amor Elenice, não cumpriu O COMBINADO...