Sempre penso sobre a morte, desde que entendi que estava viva, não, não, não é uma boa explicação, até hoje esqueço que estou viva, penso sobre a morte desde que comecei a me enxergar como além de uma extensão da minha mãe (conceito Freudiano, se não me engano).
tem gente que sabe que vai morrer, como se houvesse um lembrete na agenda 30 minutos antes, o despertador toca e te avisa: “hoje você vai morrer” e essa pessoa acata a voz da vida, se despede, anuncia… tenho pra mim que nem toda despedida é o suficiente, não para quem vai, mas para quem fica, mistificamos muito a morte nesse tempo de vida, escolho acreditar que há algo além, quero me apegar a possibilidade de ser maior do que sou, de ter um propósito. É isso que diferencia a vida da morte, nao?? A busca do propósito, de um significado, de uma constância, maldita seja a ilusão da constância
Há também aqueles que morrem em vida, e deles pouco se fala, eles estão ali, pouco se fala porque ainda há a presença física, o toque, a companhia, mas a alma, a mente, o propósito, todos se perderam, se diluíram, se enterraram. A morte em vida é a pior, ela não tem velório, não tem luto, não tem choro, ela só é… e eu já morri mais vezes do que conto, mais vezes do que quero me lembrar e me desdobrei muito para reviver para morrer mais uma vez.

 

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